domingo, 31 de janeiro de 2016

Quinze minutos para as sete

Passei pela porta principal, tirei os sapatos e me senti abraçada por um aconchego impecável. As cores quentes na parede lembravam-me o quanto eu gostava de estar em casa. Cansada demais das cobranças da minha mais nova companhia de ano novo: uma imaginação fértil para pensar em como renovar a minha carreira para um nível de menos cobranças. O sentido? Pretendo achar quando chegar no meu objetivo.

O sofá marrom clarinho perto da minha cama de casal com um cobertor branco em detalhes de amarelo e azul estendido sobre ela faziam com que o dia ficasse mais leve, apesar da dor nos ombros e os olhos pesados. Sento-me de pernas para o ar e leio as notícias do dia, porém vejo mais uma vez nada além da velha papagaiada de sempre; a corrupção da empresa de fulano, as guerras na Europa, a tempestade de neve ataca novamente em Nova York... Esperava que o Jornalismo fizesse mais que repetir o que todos os outros dizem ou fingir que entende de assuntos importantes quando entrei na faculdade.

Deixei o computador de lado e fui para a estante de livros para ter aqueles momentos que eu deixo como momentâneos, mas deliciosos, na minha vida. Abri um livro de poesia e do lado da real poesia do real autor escrevi a minha:

Tome um café comigo, deixe a casa vermelha te abraçar

Tome um café, ouça o silêncio bater à janela e veja o que a escuridão tem a te mostrar.

Tome um café amigo, comigo e venha ser meu abrigo...

Próxima página e a mesma coisa:

Alegre seus olhos menina,
mesmo quando o mar é agitado e seu olhar é revoltado.

Alegre seus olhos menina,
o mundo está a sua frente no aguardo da sua decisão, tenente.

Alegre seus olhos menina,
as pessoas têm muito que aprender, a se permitirem ascender-se.

Alegre seus olhos menina,
e deixe-se sentir-se menina, mesmo quando os homens te gritam, Carolina.

Gosto quando me transformo autora de meus livros favoritos. Quando as rimas me fazem sorrir, nesses momentos em que eu sou só minha e de mais ninguém. E então, boto o livro em qualquer lugar, tiro a roupa e me jogo no sofá a cantar com o rádio ligado na Nova Brasil FM.

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