segunda-feira, 23 de março de 2015

Solo uno



Como pensar que o mundo se separa em diferentes nações quando tudo que podemos ver é um mundão de gente com as mesmas formas de relacionamentos interpessoais, mãe, pai, tatuagens, danças, vestes, costumes, gostos, fé, fome, sede, vontades, sonhos e conquistas? A verdade que nos salta aos olhos quando queremos realmente ver e saber é que toda essa massa cosmopolita vem de dentro, do que somos e sentimos.

Entre todos, o som é em uníssono. Nas vitórias a celebração vem com emoção, com um copo de bebida na mão e na outra o chamado para um abraço. Nas perdas a tristeza aparece pedindo pelo consolo de um colo amigo, mas também traz consigo a companhia de sua solidão, que te ajuda a vencer seus próprios medos por si mesmo.

Entre todos, a visão é a mesma. Esta vem por detrás dos olhos das crianças, jovens, adultos e idosos que abraçam cada sentimento que traz a seguir do que enxergam. A compaixão aparece quando a empatia se torna omnipresente, a paixão vem para aqueles que abrem mais do que suas vidas para um novo visitante, o desapontamento ocorre quando aquilo que era impossível acontecer vem e atropela suas expectativas infantis e o medo aparece naqueles que se permitiram viver e viram que tudo na vida tem sua alegria e seu preço.

Entre todos, o tato é o que mais diz uns aos outros como somos, e como somos iguais. O carinho, o toque, o tapa, as cócegas, o soco, o empurrão, o acalento e o cafuné. Mais do que terminações nervosas, o ser humano é feito de receptividade quando é aberto ao contato com um outro semelhante, sendo nós, todos o mesmos. Sensações da pele pra mente, que faz o coração pulsar mais forte ou se acalmar em um instante, que traz desde o arrepio no pescoço, uma boca cheia d’água a até um comichão na sola do pé.

Aceito que tudo é relativo, mas em outro domingo quando entrei pela manhã em uma igreja que afirma ser a verdadeira e única de Jesus Cristo afirmar que existe a teoria do karma, budista, vejo mais do que uma verossimilhança, mas um acontecimento simples e concreto do que vivemos como um nesta Terra. O planeta água; elemento esse que nunca se separa, nem existe sem estar unido às suas partículas. Rios sempre desaguam no mar, seus afluentes ou lagos.  E, estes, dependendo da direção que forem seguir, podem trazer tanto a destruição quanto a vida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário